Sonhos materiais.

PLUS, Magnavox.
3 min readMay 13, 2024

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Magnavox plus. Hoje com um questionamento que começa com “e se?”. Eu não sou rico, nunca fui. Mas, ao encontrar um dos mais longevos amigos de vida no último sábado, enquanto comprava botões de casaco em São Caetano do Sul, me recordei de um pensamento. Eu sempre acreditei que este meu amigo deu passos maiores que a perna, a grande maioria em questões materiais.

Quando estávamos no segundo ano do ensino médio, em 2016, lembro-me que ele completou 18 anos em fevereiro e, poucas semanas depois, havia recebido um cartão de crédito com limite maior que R$ 1 mil. De acordo com ele, ele fez “o que qualquer garoto no lugar dele faria”: torrou a quantia. Comprou violão, umas coisas, fez tatuagem. Esqueci de mencionar que ele não tinha renda fixa e, bem, foi a primeira vez que esteve negativado.

Algumas ajudas familiares depois e alguns recomeços literais de vida, ele novamente estava reestabelecido no Serasa, comprando uma mesa de DJ avaliada em R$ 4 mil. Devo dizer que, naquela altura, ele vivia de bicos cuja diária pagava R$ 80, sendo apenas de quinta à domingo. Se você é bom de conta, sabe que tal remuneração resulta em uma renda mensal de R$ 1.280,00 — se não fosse os gastos de balada, bebida e relacionamentos. Strike dois da negativação.

Na terceira tentativa, este amigo decidiu comprar uma moto, vendendo uma cinquentinha (por sinal maravilhosa, eu deveria ter comprado) e trocando por uma mais potente. Detalhe: sem ter habilitação. Não preciso dizer que foi o terceiro strike para a negativação. Em todos estes casos, as dívidas o obrigaram a devolver ou repassar os bens em troca da sobrevivência. Ou seja, NADA ficou para ele, apenas as dívidas e os momentos.

E daí, entra eu. Quando nos encontramos, eu disse que tenho guardado meu salário e gastado com rendimentos de freelas. Ele se recordou que certa vez, ganhei R$ 70 e, no ano seguinte, ainda não havia gastado a quantia. Recordou-se também que, enquanto ele viajava em 2018, eu cancelava a viagem para me matricular na faculdade. Hoje, sou pós-graduado. Ele segue com bicos em baladas, o que me deixa triste sabendo de sua vontade de dar certo e de sua amistosidade.

A questão que reverbera em mim é sobre dinheiro e bens materiais; somente nos últimos dois anos eu pude começar a pensar nisso, enquanto ele, de acordo com a cronologia da história que narrei, faz isso a oito. Agora, consigo realizar viagens, dar bons presentes para quem amo e comprar bobeirinhas, como uma faca-cartão ou um Galaxy. Mas ainda assim, engatinhando. Tenho dinheiro e um sonho maior, que é um apartamento. Mas, e se eu, enfim, realizar meus sonhos materiais.

Com base nisso, pensei em criar uma lista de coisas que eu quero. Metas materiais. Me surpreendi com a simplicidade. A montei como se fosse uma criança pedindo tudo para o papai noel. Santa bestialidade da minha parte… Enfim, te convido para conhecer:

  • Liquidificador com base removível — cerca de R$ 250,00
    • Fonte de energia de Nintendo 64 — cerca de R$ 45,00
    • Camisas da Hering básicas — kit de 5 — R$ 164,89 (gosto do corte)
    • Controle sem fio para PS2 — R$ 99,90
    • Videogame de última geração (Xbox Series S) — cerca de R$ 1,4 mil

Será que toda minha felicidade custa menos de R$ 2 mil? Será que, assim, seria realizado? Quais seriam minhas novas necessidades? Magnavox plus.

é uma fonte muito específica, sabe????????

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Reunião de textos referentes a pensamentos extremamente particulares de um homem que não costuma contar seus problemas em público. Diário pessoal do vozeirão.